Estar ao lado do filho é diferencial para seu crescimento; baixa autoestima desestimula estudantes em qualquer idade
Os alunos estão na reta final do ano letivo. Depois de tanto estudo,  terão a certeza de que foram ou não promovidos para a série seguinte. Em  algumas famílias, esse é um momento nada fácil, devido ao risco do  filho ficar retido.
O aprender acadêmico não é coisa simples. Alguns pais não compreendem  isso. Os adultos, geralmente, estão mais desenvolvidos cognitivamente  que as crianças – o que elas aprendem parece ser muito fácil. Fácil para  os pais, não para elas – e o baixo desempenho acaba sendo interpretado  como má vontade de estudar.
Depois de um ano inteiro pagando o colégio, o que tem sido muito  caro, afligem-se com todo o dinheiro gasto e a necessidade de investir  novamente na mesma série. Sendo que o filho, na visão deles, não se  empenhou em nada.
Esse é um dos motivos porque a escola não deve ser tão cara a ponto  de se tornar um peso para a família. Vez ou outra, a criança ou  adolescente é lembrada do esforço que os pais fazem para isso,  trabalhando muito. Ou do quanto deixam de fazer coisas para si, para que  possa frequentar a escola X (e, numa fantasia compartilhada por muitos,  sem estudar lá, o filho não conseguirá nada na vida).
Esse tipo de discurso atrapalha mais que ajuda. A escola torna-se um  fardo difícil de carregar, para ambos. O que não quer dizer que a  criança não deva saber quanto ela custa e o que isso significa para a  família. Seu valor, no entanto, não deve ser jogado na cara dos pequenos  de modo a pressioná-los nos estudos.
Acontece de um ou outro aluno levar as coisas na brincadeira. Mas,  para alguns, ela realmente é difícil. Não por não terem capacidade  intelectual, mas devido a diversos motivos que é difícil para o outro  vislumbrar.
Como, por exemplo, não se sentir capaz. Pessoas com baixa autoestima  acabam se desestimulando a fazer as coisas. Acham que nunca vão  conseguir tirar uma nota boa ou realizar um trabalho. São muito críticas  em relação ao que fazem e costumam ter certeza de que o outro nunca vai  reconhecer o que fizeram.
Como os pais, por exemplo. Esses, muitas vezes, contribuem para os  sentimentos negativos dos filhos. Estão sempre apontando o que fizeram  de ruim, mas esquecem de ver as coisas positivas. No caso da escola, ao  chegarem com uma nota boa, não deixam de lembrar que não fizeram mais  que a obrigação.
Diante da nota ruim, o estardalhaço está montado – costumam dizer que  só fazem isso e que o mínimo é que tirem notas boas. Fica fácil  adivinhar o que terá mais peso.
E, assim, a visão daquela criança ou adolescente em relação a si  próprio acaba sendo muito ruim – aquilo que poderia ser realizado sem  grande sofrimento torna-se um fardo a ser evitado. Reforçando a ideia de  que o filho realmente não quer saber de nada. A reação dos pais? Ora,  pressionar. Isso torna a questão uma verdadeira bola de neve, que só  aumenta.
Os pais não têm noção de quanto são importantes. O que pensam dos  filhos tem valor muito grande – implica na construção da capacidade  deles de se sentirem seguros para realmente serem o que são. E  aprenderem.
Diante da nota ruim, é preciso que a família acolha os estudantes e  lhes mostre que são capazes de reverter o quadro. Ninguém gosta de ir  mal. Se não conseguirem sozinhos, não tem problema, os pais estarão  juntos para ajudá-los. Sem contar os vários recursos que existem hoje de  apoio aos estudantes.
Estar ao lado do filho tem um diferencial muito grande para que ele  cresça. Apesar do esforço, pode-se conseguir muitas coisas na vida. Como  melhorar as notas.
Fonte:  Ana Cássia Maturano (G1)
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