23 de jun. de 2012

CRIANÇA NA ESCOLA


No Amazonas, quase 100 mil crianças e adolescentes, com idade entre 10 e 17 anos, trabalhavam ou estavam à procura de trabalho no Estado em 2010. Desse total, 35 mil crianças e jovens estavam na capital. Esses dados foram divulgados, este mês, pelo censo do IBGE.
O cenário, que muito me assusta, mostra a falta de ações práticas no combate à exploração do trabalho infantil. Lugar de criança e de adolescente é na escola. O que eles precisam é de oportunidade, de estudar, de praticar esporte, de um curso profissionalizante, é disso que os jovens precisam.
Não se elimina trabalho infantil, se não se determinam metas e prazos para a sua identificação e eliminação. O grande problema é que os municípios não conseguem executar as políticas nacionais.
Além da falta de implementação de políticas públicas, parte da responsabilidade é da sociedade civil, que se omite frente ao problema. Quando um cidadão ou um gestor público vê uma criança em situação perigosa, explorada por uma rede de adultos e não faz nada, essa pessoa está violando os direitos da criança e do adolescente.
No Amazonas existe uma cultura, que diferente da forma tradicional de trabalho infantil, onde o ofício é transmitido do avô para o pai, e deste para o filho, é comum que muitas crianças comecem a trabalhar por pressão familiar, para ajudar nas despesas de casa ou para adquirir uma profissão. E muitas vezes, a maioria dessas crianças são aquelas que acabam deixando as salas de aula.
Precisamos, imediatamente, municipalizar as políticas públicas para as crianças e os adolescentes. Municipalizar significa, por exemplo, aumentar a oferta de educação nos municípios e ampliar os espaços educacionais.
Os municípios precisam estabelecer metas para encontrar onde estão localizadas as crianças expostas ao trabalho infantil, visando inseri-las na rede de proteção social. É necessário também a criação de postos de trabalho para as famílias.
Por Arthur Bisneto

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